Era uma vez uma casa
Que só era de fachada
Onde quem dava as ordens
Era uma mulher desajeitada
Seu nome Maria Bonita
Seu “Marido” Seu Peão
Quem dá as ordens é ela
Ele não se atreve
A dizer não
Maria Bonita arretada
Suas ordens ele não desfaz
Em tudo ela manda
Abanando o rabo
Ele vai atrás
A casa é uma bagunça
Mas ela não liga não
O bom pra ela nessa historia
É mandar em Seu Peão
Vaidosa se arruma
Fica pronta pra mandar
A coitada muito feia
Só Seu Peão pra encarar
O dia a dia é uma tragédia
Que ele escreve na sua história
Maria Bonita no comando
E também a sua escória
Vão plantando em toda casa
A maldade, a discórdia
Seu Peão, homem apático
Precisa a casa arrumar
Mas tem que ser do jeito dela
Para o caldo não entornar
Tudo bem combinado
Maria bonita no comando
A casa tá caindo
E ela continua mandando
Seu Peão homem bom
Sempre andou dentro da lei
Maria Bonita mulher que doma
Esperou a sua vez
Como cobra, deu o bote
E o mal a ele fez.
Uma história diferente
Que temos a contar
De duas pessoas que infelizmente
Vieram a se encontrar
Maria Bonita e Seu Peão
Um casal de amargar
Maria Bonita, mulher que manda
Seu Peão, homem que obedece
Uma historia como essa
No cangaço não acontece
Porque peão de verdade
Dessa forma não amolece
Um chicote ela usa
Mas ninguém consegue ver
Não se pode fazer nada
Seu Peão tem que escolher
A peixeira afiada
È de uso do peão
A dele foi abandonada
Sem nenhuma explicação
Maria Bonita aproveita
Para nele mandar
Desarmado, Seu Peão aceita
As ordens que dá
E a bagunça continua
Na sua casa
No seu lar
Pulso firme lhe falta
Pra Seu Peão reagir
Se tiver atitude
Ele pode conseguir
Caso contrário o que resta
É sentar e apreciar
Mais um capítulo da novela
Cujo nome não sei dá
No cangaço, ela diz
De Seu Peão gostar
Mas as suas atitudes
E de quem quer humilhar
Ela fala, ele obedece
Conjugando o verbo “amar”
A visita quando chega
Na casa é sempre bem tratada
É difícil definir
Quem é a patroa
Quem é a empregada
Maria Bonita fez Seu peão
Entrar mesmo em uma roubada
Montado em seu cavalo
Que não sabe dominar
Aonde vai é vigiado
Aqui, ali e acolá
Seu Peão está perdido
Sem saber que rumo tomar
O cangaço reunido
Parece uma palhaçada
Quem olha de perto e de longe
Não está entendendo nada
Onde começa essa história
Da Maria alvoroçada
Que domina Seu Peão
Usando a faca afiada.
Autoria: Mônica Silva